sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Já é Tempo.







Decerto há de ter passado tempos diversos. Tão diversos que nem se mensura contar ou analisar. Quando se há tantos tempos passados, pouco importa raciocinar o perdido e o ganho, basta a certeza vazia do desejo pelo não tido, ou vivido, principalmente, sentido. O pior é as folhas murchas deixadas na estrada, o perfume sem  essência e o medo de ter mais tropeçado do que caminhado. O pior, sobretudo, é a falta de fé em alguém, coisa ou na inteligência feroz que o corpo abriga, tão protegido e guardado para a ideia de futura felicidade e acalento da alma. Dias, quantos foram? Fizeram-se anos ou o espelho reflete a imagem do engano ou da ilusão de terem se perdido da alma tantas e grandes tarefas a cumprir, histórias para viver e experiências para somar. Se fez muito sol, caíram poucas chuvas e no outono, nenhuma folha esteve no chão. Mundo estranho, viver com tantos danos e sem esperança para criar novos sonhos ou caminhos, até mesmo pequenas estradas com suas somas de ilusão.







Onde está a rota? Existe reta específica ou o caminho se transforma de acordo com os pés do transeunte? Pois já passa o tempo de conhecer o norte, o sul e identificar os pontos seguros para a boa viagem. Já passa o tempo de ver onde se está as ilhas, as tempestades e quais os sonhos que incentivam esta jornada. Pois de que adiantará estes dias presentados se não há como senti-los pelas mãos e pela mente que raciocina o viver e o aprender. Não! não seja apenas um andar no universo ou mais uma gente no mundo. Muitos andares o mundo já tem e gente é que cobre o globo. O papel, este que quero conhecer e saber, o papel de execução neste mundo e as buscas que ele deseja. Sonhos, desejos, medos, coragem, receio; receio não deste mundo externo, cheio de cores e objetivos, mas deste mundo interno permeado de mazelas e negações provindas da alma. 







Que alma latente, eterna e divina que ganhei sem saber e que ao crescer vi que tinha. Que graça mais amada e linda do verbo fazer e agir, que encaminha os passos para o caminho sábio de preparar-se para a recuperação do próprio eu. Eu. Eu contido. Eu que é absolutamente meu. Já são tantos os tempos, que quero, por agora, encontrar, não mais analisar. Quero, agora, agir, e não pensar a razão concreta do existir e habitar. Quero, agora, labutar e não mais perecer em processos de escolha e indagação, onde o único produto é a dúvida e a divergência dos paralelos que se fazem par.






Alma, torna-se anjo! Voe pelas estradas e não deseje mais só caminhar pelas suas escolhas tortas e maléficas. Decida-se! Não mais se use para indagar e perceba que, também, pode somar, optar, decidir e calcular seus passos e quais são as principais vias para sua emancipação. Não se deixe passar por mais tempos, tempos tão diversos e grandes que tornam-se passado ao concluir um único dia. Já são tantos dias passados, que não há mais nada a reverter; todos os perfumes acabaram e as árvores não produzem mais folhas, sequer flores. Já se faz necessário um novo tempo, novo rumo, nova escolha e a aparição de um novo eu. Já é tempo de guiar o destino e decidir por caminhos sem grandes preocupações. Já é tempo de ser mais, aniquilar seu menos e brotar suas aptidões.




Já é tempo. Tempo de melhoras, tempos de novas glórias e de florescer o coração. Já é tempo. Ah, decerto que é!.