sábado, 15 de junho de 2013

O Viajante.





Pelo mundo pouco viajou, caminhou ou conheceu
Por espaços geográficos limitados se fez e buscou aprender.
Não conhecia grandes cidades, metrópoles e universos culturais
Já ouvira falar de histórias, políticas e diferentes comportamentos sociais.



Sua rotina, sempre era a mesma, de dia trabalhava e à noite descansava
Buscava viver em sua pequena vida grandes experiências
Mas temia ir atrás do novo e este modificar-lhe por inteiro
Afastando de sua vida pequena e de seus companheiros



Temia a vida, as pessoas e todo tipo de desagrado
Gostava da gentileza, de um bom abraço e de amigos por todo lado
Andava pelas ruas conhecidas, não temendo qualquer tipo de desamparo
Cumprimentava pessoas amigas que lhe amava e forneciam amparo



Já desejara muito. Inclusive o absurdo e experimentar sensações.
Sensações de sonhos, amores e pedaços de ilusões.
Fora de si, andara tão pouco, nem sequer conhecia as famosas cidades
Dentro de si, caminhara tanto, que parecia um conhecedor de antiguidades



Dentro de si, já vira mais que qualquer viajante e percorrera por muitas moradas
Fora de si, a matéria lhe impedia de alcançar seus sonhos, metas e jornadas.
Criatura tão bendita, ficava nesse desassossego
De não conhecer o mundo, mas tê-lo por dentro, por inteiro.



Por tantas indagações, tivera uma aprendizagem:
De que pouco importava a matéria que adquirira no mundo
Ou os espaços que conhecera e disputava
Pois o que realmente levaria, não tinha pesos nem medidas.


Em seu peito, tinha muitas histórias, filosofias e políticas.
Conhecera o mundo só de pensar e aprendera só com a razão
Não precisara ver museus ou compreender uma nação
Pois dentro de si, caminhava e carregava toda a sabedoria e vastidão



Que criatura sortuda, bela e harmoniosa
Que tinha  pouco o que os homens definiam como grandioso
E muito o que os homens desprezavam e negavam
Definindo como desnecessário para as jornadas.



O mundo não conhecia. Nunca viajara.
Dentro de si era conhecedor e pensador de tantas moradas
Não tinha o que os outros tinham, mas pouco se importava
Pois descobrira que o seu muito que o levaria para verdadeira jornada



Para quê línguas, figuras e acúmulo?
Se no fim, não se leva nada do mundo?
Virtudes, inteligências e aprendizagem
É que fazem o viajante de verdade



Que não se fixa em culturas, opiniões e status
Pois sabe que é por dentro que se encontra, de fato.
E pensar que tanto medo antes tinha
Até descobrir que a vida tudo lhe ensinaria.